Burnout no Trabalho: quais os direitos trabalhistas?

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Você já sentiu que a pressão no trabalho está além do suportável?

Que o esgotamento físico e mental se tornou parte da rotina?

Se a resposta for sim, é possível que você esteja enfrentando a Síndrome de Burnout, um distúrbio que vai além do simples estresse.

Mas o que pouca gente sabe é que, além dos cuidados com a saúde mental no trabalho, quem sofre com o Burnout tem direitos trabalhistas garantidos por lei.

Neste artigo, vamos te explicar o que é o Burnout, seus sintomas, causas, como provar a condição no ambiente de trabalho, quais direitos o trabalhador possui e como buscar ajuda especializada.

Se você quer entender mais sobre o impacto do burnout, prevenção, tratamento e os seus direitos, continue a leitura!

O Que É Burnout?

A Síndrome de Burnout, também conhecida como esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico causado por estresse ocupacional crônico, especialmente quando o indivíduo é submetido a situações desgastantes por longos períodos.

Essa condição foi reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno relacionado ao trabalho, e não apenas como um problema individual.

A origem está diretamente ligada ao ambiente profissional, como carga de trabalho excessiva, pressão constante por resultados, falta de apoio emocional e ambiente tóxico.

Sintomas do Burnout

Os principais sintomas de Burnout costumam se manifestar tanto física quanto emocionalmente, afetando diretamente o desempenho e a qualidade de vida do trabalhador:

  • Exaustão extrema: sensação de cansaço constante, mesmo após períodos de descanso.
  • Desmotivação e apatia: falta de interesse nas atividades profissionais que antes eram prazerosas.
  • Irritabilidade e agressividade: reações emocionais intensas ou desproporcionais.
  • Insônia ou sono excessivo: distúrbios no sono.
  • Problemas de memória e concentração.
  • Isolamento social e distanciamento do trabalho.
  • Dores físicas recorrentes, como dores de cabeça, musculares ou problemas gastrointestinais.

Quais são as 3 fases da Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout se desenvolve em três fases principais, que podem se sobrepor:

  1. Fase do entusiasmo excessivo: o profissional se dedica demais ao trabalho, ultrapassando seus limites.
  2. Fase da estagnação e frustração: o excesso começa a cobrar seu preço, e o rendimento cai.
  3. Fase do esgotamento: o corpo e a mente entram em colapso, afetando a saúde física e mental.

Reconhecer essas fases é essencial para iniciar um tratamento adequado e proteger seus direitos como trabalhador.

Causas do Burnout no Trabalho

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento do Burnout, especialmente no ambiente corporativo moderno, onde a produtividade extrema é valorizada em detrimento do bem-estar:

  • Carga de trabalho excessiva
  • Falta de reconhecimento e valorização
  • Cobranças abusivas por resultados
  • Ambiente de trabalho tóxico
  • Falta de autonomia
  • Assédio moral ou pressões psicológicas constantes
  • Jornada de trabalho prolongada
  • Conflitos de valores pessoais com a cultura da empresa

Entender essas causas é essencial para empresas que desejam promover um ambiente de trabalho saudável e para profissionais que buscam a prevenção do burnout.

Como provar burnout no trabalho?

Para que o trabalhador tenha acesso aos direitos trabalhistas relacionados ao Burnout, é necessário comprovar a existência da síndrome e sua relação com o ambiente de trabalho. Veja como:

  1. Laudo médico: Procure um psiquiatra ou psicólogo para avaliação e diagnóstico formal da Síndrome de Burnout.
  2. Afastamento pelo INSS: Com o laudo, é possível solicitar o benefício por incapacidade (auxílio-doença) ou até a aposentadoria por invalidez, em casos graves.
  3. Registro de ocorrências no trabalho: Guarde e-mails, mensagens e outros registros que comprovem cobranças abusivas, metas inalcançáveis ou más condições de trabalho.
  4. Testemunhas: Colegas que presenciaram situações de abuso ou excesso de carga podem ser importantes em um processo trabalhista.

Quais os direitos do trabalhador com burnout?

Se você recebeu o diagnóstico de Burnout, a legislação trabalhista brasileira garante diversos direitos, visando proteger sua saúde e integridade:

  • Afastamento pelo INSS: auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.
  • Estabilidade no emprego durante o período de afastamento.
  • Manutenção dos benefícios como plano de saúde.
  • Indenização por danos morais ou materiais, se comprovado que a empresa contribuiu diretamente para o quadro de Burnout.
  • Readaptação de função, caso o retorno ao trabalho exija mudanças na rotina profissional.
  • Emissão de CAT: é necessário emitir comunicação de acidente do trabalho, uma vez que o Burnout é uma doença relacionada ao labor.

Precisa de cat para Burnout?

Sim. A CAT deve ser emitida quando o trabalhador for diagnosticado com Síndrome de Burnout, já que essa condição é reconhecida como uma doença ocupacional — ou seja, causada pelo trabalho.

Pode demitir pessoa com burnout?

A demissão de um funcionário diagnosticado com Burnout pode ser considerada ilegal, dependendo do contexto.

Se o trabalhador estiver afastado por recomendação médica, a demissão não pode ser feita durante esse período.

Caso contrário, a empresa pode ser acionada judicialmente por demissão discriminatória.

Além disso, a Justiça do Trabalho entende que a dispensa de um funcionário em tratamento pode configurar assédio institucional, o que pode gerar indenizações por danos morais

Está sofrendo de Burnout e precisa de ajuda com seus direitos?

Se você acredita estar sofrendo com Burnout no ambiente profissional, buscar orientação com um advogado especializado em direito do trabalho é fundamental. Esse profissional poderá te ajudar a:

  • Solicitar afastamento e benefícios do INSS
  • Entrar com ação por danos morais
  • Garantir estabilidade no emprego
  • Negociar readaptação funcional

Além disso, é importante contar com suporte psicológico e implementar técnicas de relaxamento, autocuidado no trabalho e práticas de gestão do estresse para promover a recuperação.

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Foto de Adriana Prado

Adriana Prado

Bacharel em Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Pós Graduada pela FGV em Gestão Empresarial. Apaixonada por aventuras e pela família.

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